Com gol dramático, EUA batem Argélia e vão às oitavas

  Foto: AFP

Donovan marcou o gol decisivo aos 46min do segundo tempo

Um gol heroico de Landon Donovan aos 46min do segundo tempo classificou os Estados Unidos às oitavas de final da Copa do Mundo de 2010. Até o chute decisivo do meia-atacante, o país empatava sem gols com a Argélia, mas o lance salvador deu a vitória aos americanos por 1 a 0 e eliminou a Eslovênia, que também nesta quarta-feira perdeu para a Inglaterra.

No Luftus Versfeld Stadium, em Pretória, os EUA tentaram de todas as formas, mas não conseguiam superar a defesa rival. Durante a partida, eles perderam duas chances praticamente sem goleiro (uma com Altidore e outra com Dempsey), tiveram um gol anulado de forma polêmica e acertaram uma vez a trave. A "salvação", no entanto, só veio nos acréscimos.

Com o resultado, a equipe comandada por Bob Bradley volta à segunda fase da Copa após ser eliminada precocemente em 2002. Com cinco pontos, ela ainda se classificou na primeira colocação do Grupo C, deixando a Inglaterra em segundo devido ao critério dos gols marcados. O próximo adversário ianque vem do Grupo D, composto por Gana, Alemanha, Sérvia e Austrália, que será definido somente às 15h (de Brasília) desta quarta.

Já a Argélia, que teria avançado às oitavas de final caso tivesse vencido por dois gols de vantagem, deixa o Mundial sem marcar gols. Esse cenário aumenta o vexame africano na competição, visto que Camarões, África do Sul e Nigéria também haviam dado adeus. Gana, no Grupo D, e Costa do Marfim, no G, seguem sonhando.

O jogo

Precisando vencer para avançar às oitavas de final da Copa do Mundo, EUA e Argélia alteraram as escalações para a "decisão" desta terça. O técnico Bob Bradley, com três substituições, foi quem mais mexeu: sacou o zagueiro Onyewu, em má forma técnica, para a entrada do lateral esquerdo Bornstein, passando Bocanegra para o centro da defesa; e tirou ainda o volante Torres e o atacante Findley (suspenso com dois amarelos) para as respectivas entradas de Edu e Gomez.

Já Rabah Saadane colocou o time mais à frente, ainda sonhando com a classificação. Assim, voltou a confiar no centroavante Djebbour, que jogou isoladamente e substituiu Boudebouz, meia que havia comandado o ataque no empate sem gols com a Inglaterra.

Novidade, Djebbour quis mostrar a que veio rapidamente. Logo aos 5min, viu o zagueiro Demerit falhar após lançamento longo e recebeu a bola livre na grande área. O atacante a dominou com o peito e encaixou um belo sem pulo que bateu no travessão de Howard.

Na sequência, outro jogador que virou titular para essa partida, Gomes, respondeu com um chute de fora da área. M'Bolhi, porém, espalmou para escanteio.

Apesar da necessidade, as zagas se fecharam bem na sequência e os principais sustos para os goleiros vieram em chutes de fora da área: Dempsey arriscou para fora em cobrança de falta aos 7min, enquanto seis minutos depois foi a vez de Ziani isolar uma bola por cima do gol.

Um lance bonito aconteceu aos 17min. Donovan avançou pela direita e cruzou na medida para Gomes, que se virou para fazer um voleio com a perna direita, porém o chute saiu descalibrado.

Aos 19min, um erro grave da zaga argelina fez a bola sobrar para Gomez. Mesmo livre na grande área, o atacante chutou no centro do gol e favoreceu a defesa e M'Bolhi; no rebote, a bola sobrou para o mesmo americano, que cruzou para Dempsey empurrar a bola para as redes vazias, entretanto o juiz paralisou marcando impedimento.

O goleiro africano foi acionado novamente aos 34 min. Em grande jogada, Donovan colocou Dempsey na cara do gol. O jogador do Fulham invadiu a área e deu um toque de bico, exigindo boa intervenção de M'Bolhi.

Dois minutos depois, os EUA perderam a melhor chance do primeiro tempo. Bradley avançou com a bola dominada e serviu Donovan. Dentro da área, o meia deu uma cavadinha, encobrindo o goleiro argelino, que tentou abafar o lance no desespero se jogando ao chão; no meio, porém, Donovan e Altidore não se entenderam e os dois tentaram chutar. Como resultado, o atacante isolou a bola mesmo com o gol vazio.

No fim do primeiro tempo, novamente as equipes se aproximaram das redes por meio de arremates de fora da área. Primeiro, aos 42min, Dempsey arriscou o 11º chute americano e novamente viu M'Bolhi controlar a bola; no lance seguinte, Ziani completou a 11ª finalização argelina, a nona sem direção.

Indo ao intervalo, o cenário do Grupo C motivava ambos a atacar. Os comandados de Bradley precisavam de uma vitória simples para seguirem no Mundial, visto que naquele momento a Inglaterra batia a Eslovênia por 1 a 0; já os jogadores de Saadane eram obrigados a ganhar com uma diferença de dois gols.

Para o segundo tempo, apenas uma modificação na partida: Feilhaber, meio-campista que nasceu no Brasil e se mudou para os EUA aos 6 anos de idade, ocupou a vaga do atacante Gomez. Desse modo, o treinador americano alterou o esquema, dando mais liberdade para Dempsey acompanhar Altidore.

A novidade, porém, não surtiu efeito pelo menos de imediato, e os argelinos voltaram melhor ao confronto. Com mais posse de bola, eles atacavam especialmente em cruzamentos à área, facilmente controlados pela zaga adversária.

Em um contra-ataque, de qualquer forma, os EUA deveriam ter aberto o placar. Aos 11min, Altidore partiu com velocidade pela esquerda e tocou para o meio; após erro grosseiro do zagueiro Yahia, a bola sobrou para Dempsey, que invadiu a área e tocou com categoria, acertando a trave; no rebote, ele teve nova chance e, mesmo sem goleiro, chutou para fora, também porque estava desequilibrado e foi obrigado a utilizar a perna esquerda.

Aos 19min, M'Bolhi apareceu bem novamente, espalmando para escanteio uma finalização perigosa de Feilhaber, que avançou com a bola dominada pela direita. Na hora do córner, Dempsey subiu bem, porém o cabeceio passou à direita do gol.

Três minutos depois, o goleiro praticou outra bela defesa, segurando uma cabeçada de Buddle, que recebeu cruzamento de Feilhaber e finalizou da entrada da pequena área. No contra-ataque, a Argélia encontrou a zaga oponente desarrumada, mas Ziani chutou para fora depois de entrar livre na área.

Já no desespero, os EUA se limitaram a erguer bolas na área da Argélia, que praticamente só se defendia. Aos 35min, após mais um lançamento, o braço de Yahia sobrou na cara de Dempsey, que saiu com a boca sangrando. O árbitro não viu o lance.

Com a zaga africana bem postada, somente um contra-ataque poderia salvar os americanos. E ele veio aos 46min, logo depois que a Argélia se mandou para frente e perdeu um gol com um cabeceio de Saifi. Após fazer a defesa, Howard fez a reposição e rapidamente a bola chegou até Buddle, que chutou de dentro da grande área. O goleiro M'Bolhi conseguiu a defesa, mas no rebote não evitou que Donovan marcasse, para a explosão de todo o time que se dirigiu ao meia para comemorar

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