Rogério Ceni chega a 900 jogos e São Paulo falha em sucessão

Rogério Ceni jogo 500 em 2003 - 619 Foto: Gazeta Press

Rogério Ceni em seu jogo 500 em 2003: foi a última partida "centenária" em que o capitão foi vazado

Já se vão 13 anos que Rogério Ceni assumiu a titularidade do São Paulo de forma definitiva. Tamanha longevidade, conquistada com títulos, dedicação, liderança e uma presença de espírito impressionante, dão ao ídolo são-paulino a marca de 900 partidas com a camisa tricolor. Ceni ficará a 100 jogos do milésimo na noite desta quarta-feira, quando enfrenta o Universitario, em Lima.

Mesmo com tanto tempo disponível, uma das maiores receitas do Brasil e um dos processos de formação mais elogiáveis da América Latina, o São Paulo ainda não conseguiu achar o homem que irá suceder Ceni.

Aos 37 anos, o capitão são-paulino é até os dias de hoje a maior influência do vestiário e circunstancialmente é ouvido pela diretoria sobre contratações. Apesar da força que jogadores como André Dias, Alex Silva e Lugano conquistaram durante suas passagens pelo Morumbi, Ceni ainda é soberano. Tecnicamente, então, nem se fala.

A base falha

No período da titularidade de Rogério Ceni, o São Paulo já viu quatro jogadores formados nas categorias de base jogarem entre os profissionais. Paulo Sérgio ficou por algumas temporadas no time de cima, mas nunca se firmou, enquanto Allan teve aparição meteórica.

A grande aposta do clube era Márcio, que durante vários anos foi apontado como o novo Ceni. Ele chegou aos profissionais em 2002, mas saiu duas temporadas depois em busca de oportunidades. Foi vice-campeão estadual em grande forma no Paulista de Jundiaí, mas ser rebaixado com o Grêmio arruinou seu prestígio. Hoje faz boa campanha com o Grêmio Prudente.

Em 2007, Muricy Ramalho foi obrigado a lançar o jovem Fabiano em um confronto com o Fluminense. Ele até defendeu um pênalti, mas foi desaparecendo até ser emprestado no início deste ano contra o Santo André.

Na mesma época, Jorge Tadeu foi um goleiro que ganhou destaque pela fama de cobrador de faltas, o que sempre gerou comparações com Rogério Ceni. Embaixo dos paus, ele não se mostrou um goleiro seguro durante a Copa São Paulo. Até chegou a treinar entre os profissionais, mas não teve vida longa.

Contratações infelizes

Durante a Era Ceni, o São Paulo apostou em jovens goleiros na hora de contratar. Alencar chegou desconhecido do interior paulista e ficou marcado por uma derrota por sete gols contra o Vasco durante a Copa João Havelange. Dois anos depois, Flávio Kretzer foi buscado no Avaí, mas recebeu poucas chances.

Os maiores reservas de Ceni, contudo, já chegaram experientes e nunca foram vistos como candidatos à titularidade. Roger foi o suplente por quase oito temporadas e foi sinônimo de segurança e não de sucessão. Contratado em 2005 já com Rogério experiente, Bosco até hoje é o bombeiro principal.

Completa a lista o garoto Denis: ex-titular da Ponte Preta, ele foi contratado pelo São Paulo no início do ano passado, quando vivia um momento de baixa. Mesclou algumas falhas com boas atuações, mas por ser jovem (23 anos) foi mantido no elenco - não é visto como o substituto de Rogério Ceni.

Campeão da última Copa São Paulo e grande herói, Richard é a mais nova esperança dos são-paulinos para o futuro da camisa 1. Com 19 anos, entretanto, só tem contrato até 14 de dezembro. Em menos de 50 dias, pode assinar com outro clube e partir do Morumbi no fim do ano.

Os goleiros que passaram desde a titularidade de Ceni:

1997 - Paulo Sérgio (base)
1997 - Roger (chegou do Flamengo)
1999 - Allan (base)
2000 - Alencar (chegou do Ituano)
2002 - Márcio (base)
2004 - Flávio Kretzer (chegou do Avaí)
2005 - Bosco (chegou do Fortaleza)
2007 - Fabiano (base)
2009 - Denis (chegou da Ponte Preta)

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