Você sabia que a corrida dos 1.500 m coroa a patinação de velocidade? Eu não sabia. Mas com certeza sei agora. "Mark ganhou a corrida do Rei", disse Shani Davis. "Mark é o Rei".
Não se esperava que Mark Tuitert, da Holanda, fosse ganhar ou sequer estar próximo do pódio. Mas ele superou Shani Davis, Chad Hedrick e todo grande patinador que entrou na corrida, ganhando o ouro com um tempo de 1min45s57 segundos, 0,13 melhor que Davis, que terminou em segundo na sua competição favorita pela segunda Olimpíada seguida.
Quatro anos atrás, foi Enrico Fabris, da Itália. Na noite passada, foi Tuitert. Davis explicou que, se tivesse que perder para alguém, preferiria que Mark Tuitert fosse o vencedor.
"Não consigo pensar em outro patinador mais merecedor do que Mark", disse Davis. "Ele passou por muita coisa durante sua carreira".
O duo americano ficou em segundo e terceiro nos 1.500 m em Turim e, nestes Jogos, seu favoritismo era quase desencorajador para qualquer outro competidor.
"Se você me dissesse que nós ganharíamos só uma medalha nesta corrida, e que seria prata, eu ficaria surpreso", reconheceu o técnico americano de patinação de velocidade, Derek Parra, medalhista de ouro na mesma modalidade nos Jogos de Salt Lake.
Mas Hedrick, na última competição individual de sua carreira, se deixou dominar pelas emoções e terminou em um desapontador sexto lugar. Davis, que havia ganhando os 1.000 m com um avanço fenomenal no final, não conseguiu reproduzir o esforço - não que uma medalha de prata deva ser considerada menos digna de louvor.
"Lutei durante toda a corrida", disse Davis. "Só não consegui ganhar velocidade suficiente".
Aí terminou a Olimpíada de 2010 para Davis. Ele parte com um ouro e essa prata. Ele não vai competir nos 10.000 m ou na perseguição por equipes. O que ele fez foi abrir as portas para Sochi, em 2014.
"É minha corrida favorita desde que era um atleta júnior", apontou. "Sempre quis ganhar os 1.500 m. Fiquei em segundo duas vezes. Isso vai me manter neste esporte, me motivando e me inspirando mais do que se tivesse vencido nesta semana". É claro, ele estará quatro anos mais velho.
"Trinta e um", observou. "Com esperança, estarei em forma para competir com todos esses jovens patinadores". Davis foi apropriadamente filosófico sobre a natureza do esporte.
"Dói", disse. "Mas todo mundo ali queria vencer. Isto é esporte. Não me vejo como um perdedor. Dei tudo de mim e consegui a medalha de prata. Mas um dia quero vencer na minha corrida favorita".
Foi um dia ainda mais difícil para Hedrick, que está se aposentando aos 32 anos. Turim foi a sua melhor época. Ele ganhou o ouro nos 5.000 m, prata nos 10.000 m e bronze nos 1.500 m. Ele também adora os 1.500 m e tinha todo um plano pronto na cabeça.
"Patino há 30 anos "seu pai realmente o botou sobre os patins quando ele tinha dois anos", e esse seria o final perfeito para a história da minha carreira", disse. ¿Não fui capaz de fazer isso". Por quê? "Usei o coração, não a técnica", disse com um suspiro.
Era muito simples. Ele deixou que a importância do momento o dominasse. Ele precisava canalizar suas emoções em energias verdadeiramente positivas, precisamente no tempo correto, mas não conseguiu. "Fui um desastre", disse.
Há quatro anos, ele se envergonhou durante uma bizarra coletiva de imprensa após os 1.000 m. Ele foi prepotente, arrogante e desagradável. Mas isso passou.
"Ele é uma pessoa diferente da que era quatro anos atrás", disse Parra. "Ele às vezes fica muito emotivo, e é algo com que ele precisa lidar".
Chad Hedrick ficará na história como um melhor patinador de velocidade do que Mark Tuitert, mas não era isso que a noite transpirava no Olympic Oval de Richmond. Quando se está na Olimpíada, é comum conseguirmos jogar todo nosso desempenho passado no compactador de lixo.
"A Olimpíada se trata de alguém que sai para competir e tem aquele dia especial", disse Hedrick. "Enrico veio do nada há quatro anos, e hoje foi Mark. Este é o momento especial dele. Ele fez um trabalho excelente".
Tuitert sabe contra quem estava competindo, mas se sentiu à altura do desafio.
"Se Shani for o melhor hoje, ou se for Chad, que assim seja", disse ele. "Nunca tive muitas corridas em que tudo deu certo. Mas nos últimos dias pensei que, se tudo desse certo, qualquer coisa seria possível. Se não pensasse assim, não teria largado na corrida".
Tuitert estava no antepenúltimo pareamento. Hedrick veio a seguir e quando seu tempo de 1min46s69 apareceu, Tuitert teve que esperar ansiosamente por Davis, que patinou com o canadense Lucas Makowsky no pareamento final.
Davis havia dominado totalmente a competição com rápida volta final nos 1.000 m, e quando atingiu a marca dos 1.100 m para a última volta da noite, ele estava 0,34 segundo atrás. Em outro dia, ele teria conseguido lidar com isso. Mas não nessa noite. Ele realmente tentou, mas não conseguiu compensar o tempo.
"Quando cruzei a linha e escutei a emoção da plateia, tinha esperança", disse ele.
Mas seu tempo não foi bom o bastante para o ouro, e isso deflagrou a celebração da torcida laranja, que lota rinques de patinação de velocidade onde quer que esteja. A patinação de velocidade é o esporte dos Países Baixos, o motivo pelo qual Shani Davis é uma celebridade tão grande no país.
Mark Tuitert foi um herói duplo. Primeiro, ele ganhou o ouro. Mas isso é só metade. "É recompensador derrotar um grande campeão como Shani Davis", disse ele.
Não se esperava que Mark Tuitert, da Holanda, fosse ganhar ou sequer estar próximo do pódio. Mas ele superou Shani Davis, Chad Hedrick e todo grande patinador que entrou na corrida, ganhando o ouro com um tempo de 1min45s57 segundos, 0,13 melhor que Davis, que terminou em segundo na sua competição favorita pela segunda Olimpíada seguida.
Quatro anos atrás, foi Enrico Fabris, da Itália. Na noite passada, foi Tuitert. Davis explicou que, se tivesse que perder para alguém, preferiria que Mark Tuitert fosse o vencedor.
"Não consigo pensar em outro patinador mais merecedor do que Mark", disse Davis. "Ele passou por muita coisa durante sua carreira".
O duo americano ficou em segundo e terceiro nos 1.500 m em Turim e, nestes Jogos, seu favoritismo era quase desencorajador para qualquer outro competidor.
"Se você me dissesse que nós ganharíamos só uma medalha nesta corrida, e que seria prata, eu ficaria surpreso", reconheceu o técnico americano de patinação de velocidade, Derek Parra, medalhista de ouro na mesma modalidade nos Jogos de Salt Lake.
Mas Hedrick, na última competição individual de sua carreira, se deixou dominar pelas emoções e terminou em um desapontador sexto lugar. Davis, que havia ganhando os 1.000 m com um avanço fenomenal no final, não conseguiu reproduzir o esforço - não que uma medalha de prata deva ser considerada menos digna de louvor.
"Lutei durante toda a corrida", disse Davis. "Só não consegui ganhar velocidade suficiente".
Aí terminou a Olimpíada de 2010 para Davis. Ele parte com um ouro e essa prata. Ele não vai competir nos 10.000 m ou na perseguição por equipes. O que ele fez foi abrir as portas para Sochi, em 2014.
"É minha corrida favorita desde que era um atleta júnior", apontou. "Sempre quis ganhar os 1.500 m. Fiquei em segundo duas vezes. Isso vai me manter neste esporte, me motivando e me inspirando mais do que se tivesse vencido nesta semana". É claro, ele estará quatro anos mais velho.
"Trinta e um", observou. "Com esperança, estarei em forma para competir com todos esses jovens patinadores". Davis foi apropriadamente filosófico sobre a natureza do esporte.
"Dói", disse. "Mas todo mundo ali queria vencer. Isto é esporte. Não me vejo como um perdedor. Dei tudo de mim e consegui a medalha de prata. Mas um dia quero vencer na minha corrida favorita".
Foi um dia ainda mais difícil para Hedrick, que está se aposentando aos 32 anos. Turim foi a sua melhor época. Ele ganhou o ouro nos 5.000 m, prata nos 10.000 m e bronze nos 1.500 m. Ele também adora os 1.500 m e tinha todo um plano pronto na cabeça.
"Patino há 30 anos "seu pai realmente o botou sobre os patins quando ele tinha dois anos", e esse seria o final perfeito para a história da minha carreira", disse. ¿Não fui capaz de fazer isso". Por quê? "Usei o coração, não a técnica", disse com um suspiro.
Era muito simples. Ele deixou que a importância do momento o dominasse. Ele precisava canalizar suas emoções em energias verdadeiramente positivas, precisamente no tempo correto, mas não conseguiu. "Fui um desastre", disse.
Há quatro anos, ele se envergonhou durante uma bizarra coletiva de imprensa após os 1.000 m. Ele foi prepotente, arrogante e desagradável. Mas isso passou.
"Ele é uma pessoa diferente da que era quatro anos atrás", disse Parra. "Ele às vezes fica muito emotivo, e é algo com que ele precisa lidar".
Chad Hedrick ficará na história como um melhor patinador de velocidade do que Mark Tuitert, mas não era isso que a noite transpirava no Olympic Oval de Richmond. Quando se está na Olimpíada, é comum conseguirmos jogar todo nosso desempenho passado no compactador de lixo.
"A Olimpíada se trata de alguém que sai para competir e tem aquele dia especial", disse Hedrick. "Enrico veio do nada há quatro anos, e hoje foi Mark. Este é o momento especial dele. Ele fez um trabalho excelente".
Tuitert sabe contra quem estava competindo, mas se sentiu à altura do desafio.
"Se Shani for o melhor hoje, ou se for Chad, que assim seja", disse ele. "Nunca tive muitas corridas em que tudo deu certo. Mas nos últimos dias pensei que, se tudo desse certo, qualquer coisa seria possível. Se não pensasse assim, não teria largado na corrida".
Tuitert estava no antepenúltimo pareamento. Hedrick veio a seguir e quando seu tempo de 1min46s69 apareceu, Tuitert teve que esperar ansiosamente por Davis, que patinou com o canadense Lucas Makowsky no pareamento final.
Davis havia dominado totalmente a competição com rápida volta final nos 1.000 m, e quando atingiu a marca dos 1.100 m para a última volta da noite, ele estava 0,34 segundo atrás. Em outro dia, ele teria conseguido lidar com isso. Mas não nessa noite. Ele realmente tentou, mas não conseguiu compensar o tempo.
"Quando cruzei a linha e escutei a emoção da plateia, tinha esperança", disse ele.
Mas seu tempo não foi bom o bastante para o ouro, e isso deflagrou a celebração da torcida laranja, que lota rinques de patinação de velocidade onde quer que esteja. A patinação de velocidade é o esporte dos Países Baixos, o motivo pelo qual Shani Davis é uma celebridade tão grande no país.
Mark Tuitert foi um herói duplo. Primeiro, ele ganhou o ouro. Mas isso é só metade. "É recompensador derrotar um grande campeão como Shani Davis", disse ele.
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