Murray repete "papai" Federer e chora durante premiação

Derrotado na final do Aberto da Austrália de 2009 por Rafael Nadal, Roger Federer não conteve a emoção durante a entrega dos troféus e chorou copiosamente. Um ano depois, o suíço segurava a taça de campeão e viu sua vítima deste domingo, Andy Murray, desabar em lágrimas quando falava à plateia sobre o jejum de títulos de Grand Slam da Grã-Bretanha.

A queda deste domingo, definida em sets diretos de 6/3, 6/4 e 7/6 (13-11), foi a segunda da carreira de Murray em decisões de Grand Slam, visto que fora superado pelo mesmo Federer no Aberto dos Estados Unidos de 2008. O resultado manteve Fred Perry como o último homem britânico a faturar um torneio desse nível, o que ocorreu em Nova York, em 1936.

Embora tentasse descartar a pressão decorrente desse número antes da decisão em Melbourne, o jovem de 22 anos mostrou na cerimônia de premiação o quanto quebrar esse tabu era importante. "Desculpe por não ter conseguido fazer isso por vocês britânicos esta noite", disse, antes de parar por causa das lágrimas.

Rápido no gatilho, Murray na sequência ainda conseguiu fazer uma piada sobre o assunto, lembrando o choro de Federer ao cair ante Nadal e perder na ocasião a chance de igualar o recorde de conquistas de Slams de Pete Sampras. "Posso chorar como Federer. É uma vergonha que não possa jogar como ele", cravou, motivando risos do público e do próprio suíço.

Assim como o espanhol havia feito na mesma Rod Laver Arena há 12 meses, o primeiro colocado do ranking mundial tratou de consolar o tenista que voltará a ser o terceiro da lista a partir de segunda-feira. "Andy, seu torneio foi incrível. Você é um jogador muito bom para não ganhar um Grand Slam, então não se preocupe com isso", disse.

Aos 22 anos, Murray disputou em janeiro sua 17ª edição de Grand Slam. Curiosamente, a primeira taça de Federer nesse nível veio exatamente na 17ª competição da carreira, em Wimbledon 2003. A partir de então, o atleta ganhou 15 dos 26 torneios grandes disputados, sendo que só faltou à decisão em cinco ocasiões, e disparou para superar as 14 conquistas de Sampras.

"Estou nas nuvens e mostrando um dos melhores níveis de tênis da minha vida", resumiu o suíço, ainda portando o microfone. Para ele, o sabor da vitória foi ainda mais especial porque não somava um título tão importante desde que sua esposa, Mirka Vavrinec, deu à luz a gêmeas, no fim de julho. "É meu primeiro Grand Slam como pai. Estou ansioso para que elas possam me ver em quadra no ano que vem, quem sabe", projetou, em referência a Charlene Riva e Myla Rose.

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