Posicionado na linha de saque, com uma raquete em cada mão como se fosse uma gigantesca lagosta com garras de grafite, Don Mueller, estava atraindo a atenção que almeja.
Pessoas de passagem e jogadores das quadras vizinhas paravam para olhar enquanto ele usava as raquetes como pinça para apanhar uma bola no chão, equilibrá-la sobre a lateral de uma raquete e depois lançá-la ao ar antes de disparar um de seus ferozes saques, que segundo Mueller podem atingir velocidade superior a 220 km/h.
Depois, ele se posiciona com as duas raquetes, pronto a responder à rebatida do oponente.
Como principal proponente de um derivativo excêntrico e não organizado do tênis, Mueller está determinado a promover sua causa, um jogo a que ele chama simplesmente de tênis com duas raquetes. É jogado com as mesmas regras do tênis convencionais, exceto que os jogadores têm direito a uma segunda raquete.
Mueller aprecia o papel de cientista louco do esporte, e vem pressionando pela sua variante do tênis há alguns anos. Ao que parece, seu principal propósito ao fazê-lo é encontrar novos oponentes.
"Eu gostaria que o máximo possível de pessoas experimentassem a ideia", declarou Mueller este mês. "Caso número suficiente o faça, talvez um dia possamos organizar torneios".
Mueller, que tem doutorado em fisioquímica e gosta de se apresentar como um personagem excêntrico apelidado "Dr. Bones" (doutor ossos), é professor adjunto do Concordia College, em Bronxville, Nova York, e da Universidade Municipal de Nova Jersey. Ele diz que gosta de se definir tanto como comediante quanto como professor, e sem dúvida devem existir pessoas que consideram sua obsessão quanto ao tênis com duas raquetes como piada.
Cerca de um ano atrás, Mueller procurou Richard Kaufman, diretor de arbitragem da United States Tennis Association (USTA), falando sobre a ideia de jogar com duas raquetes. Embora cético, Kaufman verificou os regulamentos e determinou que isso não era permitido. Depois, perguntou a seus colegas na USTA para verificar se existia alguém mais interessado no jogo.
"Todo mundo a quem consultei, entre os quais profissionais que ensinam tênis, não considerou que a ideia tivesse virtudes salvadoras", disse Kaufman em entrevista. "A opinião geral era de que fosse uma ideia ridícula. Se ele deseja criar um jogo, ótimo. Mas não é tênis".
Mueller diz que só deseja o reconhecimento de sua forma única e separada de tênis. Afirma que não tem por objetivo "corromper" o tênis tradicional, e fica frustrado diante das atitudes de desdém que encontra da parte de dirigentes, treinadores e jornalistas de tênis.
Mas isso não o impediu de levar adiante sua bem humorada busca de legitimidade para o esporte com duas raquetes. Uma coisa que ele conhece tão bem quanto a física e o humor bizarro são as técnicas de autopromoção.
O ambidestro Mueller tem um site, tworacket.com, e publica um anúncio recorrente na revista "Inside Tennis", o que lhe custa US$ 4 mil, segundo ele. Dedica parte de suas horas livres a telefonar para editores de jornais a fim de divulgar seu esporte não autorizado.
Ele conta ter tido a ideia do tênis de duas raquetes cerca de três anos atrás, quando treinava sozinho na Colton School, em Spring Valley, Nova York, perto de onde mora. Desde então, vem tentando converter novos adeptos com o zelo de um missionário armado de uma segunda raquete, em lugar da Bíblia.
"Demorei a sentir aquela percepção, mas ela terminou por me atingir com força", conta Mueller. "Estava rebatendo bolas contra a parede, trocando a raquete de mão, e subitamente pensei: Por que trocar?"
"Foi assim que comecei a jogar com duas raquetes", disse.
Mas ele não foi o primeiro a passar por essa revelação. Na verdade, o tênis com duas raquetes existe há 30 anos, desde que J. T. Houk começou no esporte.
Houck, que foi tenista profissional e campeão da marinha dos Estados Unidos nos anos 50, diz acreditar que tenha sido o primeiro praticante da modalidade, em 1974.
As abordagens adotadas por Mueller e Houk diferem um pouco, mas Houk diz que o novo adepto o anima. "Aquele rapaz, o Mueller, é excelente. Sabe realmente como promover o esporte", declarou.
Para Mueller, a chave do trabalho é que uma pessoa pode aprender a ser ambidestra com o tênis de duas raquetes, e isso promove o bem-estar neurológico. Ele afirma que o esporte melhora as funções cerebrais, propicia mais equilíbrio ao corpo e reduz o desgaste da mão principal e as lesões esportivas.
E subir à rede com toda aquela envergadura adicional tem vantagens óbvias.
Mueller também inventou uma guarda de raquete chamada Whip-Grip que permite maior velocidade, mas a USTA afirma que ela viola as regras.
"Eles dizem que não se pode mudar a forma da raquete", ele reclama, acrescentando, com autoridade científica: "a forma muda sempre que a bola a atinge".
Além de promover o novo tênis, ele também usa o humor do personagem Dr. Bones para ensinar mais sobre ciência ¿mas até isso serve ao seu amado esporte.
"Se eu conseguir sucesso com o humor ambidestro", diz, "talvez ganhe dinheiro suficiente para realmente permitir a decolagem do tênis de duas raquetes".
Pessoas de passagem e jogadores das quadras vizinhas paravam para olhar enquanto ele usava as raquetes como pinça para apanhar uma bola no chão, equilibrá-la sobre a lateral de uma raquete e depois lançá-la ao ar antes de disparar um de seus ferozes saques, que segundo Mueller podem atingir velocidade superior a 220 km/h.
Depois, ele se posiciona com as duas raquetes, pronto a responder à rebatida do oponente.
Como principal proponente de um derivativo excêntrico e não organizado do tênis, Mueller está determinado a promover sua causa, um jogo a que ele chama simplesmente de tênis com duas raquetes. É jogado com as mesmas regras do tênis convencionais, exceto que os jogadores têm direito a uma segunda raquete.
Mueller aprecia o papel de cientista louco do esporte, e vem pressionando pela sua variante do tênis há alguns anos. Ao que parece, seu principal propósito ao fazê-lo é encontrar novos oponentes.
"Eu gostaria que o máximo possível de pessoas experimentassem a ideia", declarou Mueller este mês. "Caso número suficiente o faça, talvez um dia possamos organizar torneios".
Mueller, que tem doutorado em fisioquímica e gosta de se apresentar como um personagem excêntrico apelidado "Dr. Bones" (doutor ossos), é professor adjunto do Concordia College, em Bronxville, Nova York, e da Universidade Municipal de Nova Jersey. Ele diz que gosta de se definir tanto como comediante quanto como professor, e sem dúvida devem existir pessoas que consideram sua obsessão quanto ao tênis com duas raquetes como piada.
Cerca de um ano atrás, Mueller procurou Richard Kaufman, diretor de arbitragem da United States Tennis Association (USTA), falando sobre a ideia de jogar com duas raquetes. Embora cético, Kaufman verificou os regulamentos e determinou que isso não era permitido. Depois, perguntou a seus colegas na USTA para verificar se existia alguém mais interessado no jogo.
"Todo mundo a quem consultei, entre os quais profissionais que ensinam tênis, não considerou que a ideia tivesse virtudes salvadoras", disse Kaufman em entrevista. "A opinião geral era de que fosse uma ideia ridícula. Se ele deseja criar um jogo, ótimo. Mas não é tênis".
Mueller diz que só deseja o reconhecimento de sua forma única e separada de tênis. Afirma que não tem por objetivo "corromper" o tênis tradicional, e fica frustrado diante das atitudes de desdém que encontra da parte de dirigentes, treinadores e jornalistas de tênis.
Mas isso não o impediu de levar adiante sua bem humorada busca de legitimidade para o esporte com duas raquetes. Uma coisa que ele conhece tão bem quanto a física e o humor bizarro são as técnicas de autopromoção.
O ambidestro Mueller tem um site, tworacket.com, e publica um anúncio recorrente na revista "Inside Tennis", o que lhe custa US$ 4 mil, segundo ele. Dedica parte de suas horas livres a telefonar para editores de jornais a fim de divulgar seu esporte não autorizado.
Ele conta ter tido a ideia do tênis de duas raquetes cerca de três anos atrás, quando treinava sozinho na Colton School, em Spring Valley, Nova York, perto de onde mora. Desde então, vem tentando converter novos adeptos com o zelo de um missionário armado de uma segunda raquete, em lugar da Bíblia.
"Demorei a sentir aquela percepção, mas ela terminou por me atingir com força", conta Mueller. "Estava rebatendo bolas contra a parede, trocando a raquete de mão, e subitamente pensei: Por que trocar?"
"Foi assim que comecei a jogar com duas raquetes", disse.
Mas ele não foi o primeiro a passar por essa revelação. Na verdade, o tênis com duas raquetes existe há 30 anos, desde que J. T. Houk começou no esporte.
Houck, que foi tenista profissional e campeão da marinha dos Estados Unidos nos anos 50, diz acreditar que tenha sido o primeiro praticante da modalidade, em 1974.
As abordagens adotadas por Mueller e Houk diferem um pouco, mas Houk diz que o novo adepto o anima. "Aquele rapaz, o Mueller, é excelente. Sabe realmente como promover o esporte", declarou.
Para Mueller, a chave do trabalho é que uma pessoa pode aprender a ser ambidestra com o tênis de duas raquetes, e isso promove o bem-estar neurológico. Ele afirma que o esporte melhora as funções cerebrais, propicia mais equilíbrio ao corpo e reduz o desgaste da mão principal e as lesões esportivas.
E subir à rede com toda aquela envergadura adicional tem vantagens óbvias.
Mueller também inventou uma guarda de raquete chamada Whip-Grip que permite maior velocidade, mas a USTA afirma que ela viola as regras.
"Eles dizem que não se pode mudar a forma da raquete", ele reclama, acrescentando, com autoridade científica: "a forma muda sempre que a bola a atinge".
Além de promover o novo tênis, ele também usa o humor do personagem Dr. Bones para ensinar mais sobre ciência ¿mas até isso serve ao seu amado esporte.
"Se eu conseguir sucesso com o humor ambidestro", diz, "talvez ganhe dinheiro suficiente para realmente permitir a decolagem do tênis de duas raquetes".
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