Federer se diz responsável por evolução de Nadal

Após ser derrotado nas semifinais do Aberto da Austrália em 2008, Roger Federer admitiu que criara um "monstro" dele mesmo, sendo obrigado a vencer todas as partidas. Um ano e quatro meses depois, o suíço admitiu que se considera também o responsável pela ascensão de Rafael Nadal, pois deu muita confiança ao espanhol com tantos embates seguidos no saibro.

Além da clara evolução técnica de Nadal sobre quadras rápidas, Federer acredita que o grande nível de jogo apresentado pelo jovem tem relação com os inúmeros encontros entre eles no piso lento. Como saiu vitorioso na maioria das vezes nessa superfície - foram nove triunfos em dez confrontos realizados, incluindo nas três últimas decisões de Roland Garros -, o atual número um do mundo passou a acreditar em desbancar o rival também em Wimbledon e no Australian Open, conforme aconteceu.

"Eu ajudei um pouco Rafa a estar assim em termos de confiança, desafiando-o em todos os torneios na terra batida-, Montecarlo, Roma, Hamburgo e Roland Garros - e perdendo para ele, mesmo se as partidas tenham sido acirradas", disse o tenista da Basiléia à Gazzetta dello Sport.

"Aí ele foi se energizando também para os outros pisos. E, depois de três finais seguidas em Paris, ganhou coragem também para Wimbledon, que vem pouco tempo depois".

Além de contar sua teoria sobre a ascensão de Nadal, Federer comentou ainda o seu atual momento. Às vésperas de estrear no Masters de Roma contra Ivo Karlovic, ele vem pressionado por ainda não ter conquistado títulos no ano, mas diz estar em boa forma após treinar por toda a semana passada na Itália - embora não divulgue o lugar em que esteve, a Gazzetta assegura que o atleta foi à Sardenha ao lado de Mirka Vavrinec, sua esposa.

"Onde fui após Montecarlo é segredo. Ninguém me reconheceu, treinei quatro horas por dia correndo pra cima e pra baixo com Pierre (Paganini, seu preparador físico). Esperamos que em Roma se vejam os frutos", afirmou o suíço, que quer chegar ao menos às semifinais do torneio. "Assim não me faria tantas perguntas e não ficaria me perguntando se é melhor trabalhar nisso ou naquilo. Por isso é bom vencer, à parte a satisfação, os pontos e a confiança decorrentes".

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