Um entre centenas de brasileiros desconhecidos. Foi assim que Raffael chegou à Europa. Muito mais um anônimo que uma estrela, o jovem meia-atacante havia deixado o Juventus da Mooca para tentar a sorte no desconhecido FC Chiasso, que acabara de subir para a segunda divisão do Campeonato Suíço. Hoje, no vai-e-vem do futebol, o jogador, 24 anos, briga com unhas e dentes pelo título alemão.
Nascido em Fortaleza, Raffael passou pelo Vitória da Bahia mas, ainda menino, chegou ao Juventus. Foi então que pintou a oportunidade de jogar no exterior - uma chance que o jogador agarrou, mesmo com medo do que poderia acontecer em um país estranho, ainda que altamente civilizado.
Ao contrário de boa parte das centenas de brasileiros desconhecidos que vão para a Europa longe dos holofotes, Raffael brilhou. Depois de dois anos lutando, chegou a um clube grande da Suíça e se manteve em evidência. Lucien Favre, considerado o principal mentor do título nacional do FC Zürich, partiu para o Hertha Berlin com a missão de repetir a façanha. Junto, levou o meia-atacante na bagagem.
De cara, Raffael virou titular da equipe e os brasileiros se perguntavam quem era aquele jogador do Hertha Berlin. Hoje, o cearense de Fortaleza pode dizer que venceu na vida: está na briga pela liderança do Campeonato Alemão e a oito rodadas para tentar levar o seu time a um título que jamais foi conquistado. Uma história e tanto.
Temos uma entrevista agora cedida pelo Terra:
Terra - Conte um pouco mais de seu início no futebol
Raffael - Tive uma passagem pelo Vitória e depois cheguei ao Juventus. Tinha 15 para 16 anos e fiquei duas temporadas e meia, até 2003. Cheguei ao profissional e joguei algumas partidas até me transferir para a Suíça.
Terra - Mas como você foi parar na Suíça?
Raffael - O Juventus não vivia uma situação financeira boa e havia acabado com quase todas as categorias de base e só restava os juniores e o profissional. Surgiu a oportunidade de ir para a Suíça, através de um empresário. O clube tinha acabado de subir para a segunda divisão e precisava de um atacante.
Terra - E você conseguiu aparecer na segunda divisão da Suíça?
Raffael - No primeiro ano, me destaquei e fiz 15 gols, mas não conseguimos o acesso, por ter ficado em terceiro lugar. Mas no segundo ano, fiz os mesmos 15 gols e acabei sendo emprestado para o Zürich. Quando cheguei por lá, fomos campeões suíços no primeiro ano, depois de 25 anos. E no segundo ano, fomos bicampeões.
Terra - Teve medo de se transferir para um país pouco tradicional do futebol? Como foi esse início?
Raffael - No começo eu tinha muito medo. Quando cheguei, queria voltar nos três primeiros dias. Cheguei em um país sem saber falar o idioma, sem estar habituado com a comida. Mas aí fui adiante e as dificuldades maiores foram essas mesmo, e o frio. Mas já passou e hoje estou bem com tudo.
Terra - Então você foi para o Hertha Berlin. Lucien Favre te levou para lá junto com ele?
Raffael - Ele é um excelente treinador, que gosta de futebol bem jogado. E no ano em que cheguei no Zürich, me encaixei bem na forma de jogar da equipe e por isso também que ele gosta de mim.
Terra - Rapidamente, você virou titular do clube. A que isso se deve?
Raffael - Não esperava tudo isso. Logo no começo, fui titular na primeira partida. O fato de conhecer o treinador me ajudou, mas quando você trabalha sério, com objetivo, pode chegar longe.
Terra - Berlim é a capital da Alemanha, mas o Hertha não é um clube vitorioso. Como está a expectativa pelo título?
Raffael - A cidade está muito empolgada, falam até que a gente já ganhou. Sabemos da história do Hertha, que faz quase 80 anos que não ganha um título nacional. Se acontecer, vamos ficar marcados no clube.
Terra - Como é viver em Berlim e na Alemanha?
Raffael - Aqui é tranqüilo, é uma cidade grande que tem muitos pontos turísticos. Eu e minha família não encontramos problemas e já dá para se virar um pouquinho com o idioma. Todos os brasileiros têm aula em duas ou três vezes por semana.
Terra - Você e o Cícero vivem momentos muito bons. Dá para pensar em Seleção?
Raffael- O Cícero, eu não acompanhava no Fluminense, mas quando chegou aqui não tive dúvidas. É um excelente jogador e ajuda muito a equipe. Quanto à Seleção, não sou diferente dos outros e tenho um sonho. Mas primeiro tenho meus objetivos, que é conquistar títulos no Hertha.
Terra - Te atrapalha não ser conhecido no Brasil?
Raffael - Atrapalhar, atrapalha um pouco. Saí do Brasil sem ser conhecido por ninguém e isso dificulta um pouco para o jogador chegar até a Seleção.
Terra - E se recebesse um convite da Alemanha, pensaria?
Raffael - Nunca passou na minha cabeça, mas se um dia aparecer a oportunidade, eu estiver preparado e for bom para mim, posso pensar.
Terra - Você pensa em ficar raízes no Hertha ou uma transferência para um clube maior seria bem-vinda?
Raffael - Meus planos são de ficar, tenho três anos de contrato. Pretendo cumprir e ver depois o que aparece. Se for bom para mim, a gente vê.
Terra - Tem vontade de jogar no Brasil? Em qual clube?
Raffael -Tenho vontade, sim. Já falei isso, pretendo um dia disputar um Campeonato Brasileiro. Em especial, com o São Paulo, que é meu time de coração. Mas no Brasil, tem outros grandes clubes em que todos querem jogar.
Nascido em Fortaleza, Raffael passou pelo Vitória da Bahia mas, ainda menino, chegou ao Juventus. Foi então que pintou a oportunidade de jogar no exterior - uma chance que o jogador agarrou, mesmo com medo do que poderia acontecer em um país estranho, ainda que altamente civilizado.
Ao contrário de boa parte das centenas de brasileiros desconhecidos que vão para a Europa longe dos holofotes, Raffael brilhou. Depois de dois anos lutando, chegou a um clube grande da Suíça e se manteve em evidência. Lucien Favre, considerado o principal mentor do título nacional do FC Zürich, partiu para o Hertha Berlin com a missão de repetir a façanha. Junto, levou o meia-atacante na bagagem.
De cara, Raffael virou titular da equipe e os brasileiros se perguntavam quem era aquele jogador do Hertha Berlin. Hoje, o cearense de Fortaleza pode dizer que venceu na vida: está na briga pela liderança do Campeonato Alemão e a oito rodadas para tentar levar o seu time a um título que jamais foi conquistado. Uma história e tanto.
Temos uma entrevista agora cedida pelo Terra:
Terra - Conte um pouco mais de seu início no futebol
Raffael - Tive uma passagem pelo Vitória e depois cheguei ao Juventus. Tinha 15 para 16 anos e fiquei duas temporadas e meia, até 2003. Cheguei ao profissional e joguei algumas partidas até me transferir para a Suíça.
Terra - Mas como você foi parar na Suíça?
Raffael - O Juventus não vivia uma situação financeira boa e havia acabado com quase todas as categorias de base e só restava os juniores e o profissional. Surgiu a oportunidade de ir para a Suíça, através de um empresário. O clube tinha acabado de subir para a segunda divisão e precisava de um atacante.
Terra - E você conseguiu aparecer na segunda divisão da Suíça?
Raffael - No primeiro ano, me destaquei e fiz 15 gols, mas não conseguimos o acesso, por ter ficado em terceiro lugar. Mas no segundo ano, fiz os mesmos 15 gols e acabei sendo emprestado para o Zürich. Quando cheguei por lá, fomos campeões suíços no primeiro ano, depois de 25 anos. E no segundo ano, fomos bicampeões.
Terra - Teve medo de se transferir para um país pouco tradicional do futebol? Como foi esse início?
Raffael - No começo eu tinha muito medo. Quando cheguei, queria voltar nos três primeiros dias. Cheguei em um país sem saber falar o idioma, sem estar habituado com a comida. Mas aí fui adiante e as dificuldades maiores foram essas mesmo, e o frio. Mas já passou e hoje estou bem com tudo.
Terra - Então você foi para o Hertha Berlin. Lucien Favre te levou para lá junto com ele?
Raffael - Ele é um excelente treinador, que gosta de futebol bem jogado. E no ano em que cheguei no Zürich, me encaixei bem na forma de jogar da equipe e por isso também que ele gosta de mim.
Terra - Rapidamente, você virou titular do clube. A que isso se deve?
Raffael - Não esperava tudo isso. Logo no começo, fui titular na primeira partida. O fato de conhecer o treinador me ajudou, mas quando você trabalha sério, com objetivo, pode chegar longe.
Terra - Berlim é a capital da Alemanha, mas o Hertha não é um clube vitorioso. Como está a expectativa pelo título?
Raffael - A cidade está muito empolgada, falam até que a gente já ganhou. Sabemos da história do Hertha, que faz quase 80 anos que não ganha um título nacional. Se acontecer, vamos ficar marcados no clube.
Terra - Como é viver em Berlim e na Alemanha?
Raffael - Aqui é tranqüilo, é uma cidade grande que tem muitos pontos turísticos. Eu e minha família não encontramos problemas e já dá para se virar um pouquinho com o idioma. Todos os brasileiros têm aula em duas ou três vezes por semana.
Terra - Você e o Cícero vivem momentos muito bons. Dá para pensar em Seleção?
Raffael- O Cícero, eu não acompanhava no Fluminense, mas quando chegou aqui não tive dúvidas. É um excelente jogador e ajuda muito a equipe. Quanto à Seleção, não sou diferente dos outros e tenho um sonho. Mas primeiro tenho meus objetivos, que é conquistar títulos no Hertha.
Terra - Te atrapalha não ser conhecido no Brasil?
Raffael - Atrapalhar, atrapalha um pouco. Saí do Brasil sem ser conhecido por ninguém e isso dificulta um pouco para o jogador chegar até a Seleção.
Terra - E se recebesse um convite da Alemanha, pensaria?
Raffael - Nunca passou na minha cabeça, mas se um dia aparecer a oportunidade, eu estiver preparado e for bom para mim, posso pensar.
Terra - Você pensa em ficar raízes no Hertha ou uma transferência para um clube maior seria bem-vinda?
Raffael - Meus planos são de ficar, tenho três anos de contrato. Pretendo cumprir e ver depois o que aparece. Se for bom para mim, a gente vê.
Terra - Tem vontade de jogar no Brasil? Em qual clube?
Raffael -Tenho vontade, sim. Já falei isso, pretendo um dia disputar um Campeonato Brasileiro. Em especial, com o São Paulo, que é meu time de coração. Mas no Brasil, tem outros grandes clubes em que todos querem jogar.
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