Polêmicas com o técnico no Barcelona, críticas de companheiro, perseguição após uma "carretilha", investigação pela confusa transferência para a Espanha e a expulsão diante da Colômbia que, em julgamento posterior, tirou o jogador da Copa América. A fase de Neymar não é boa fora das quatro linhas. E justamente no momento mais tumultuado, durante a disputa da Copa América no Chile, o craque se viu abandonado.
A principal ausência foi a de seu pai, figura presente em todos os momentos da trajetória do atleta. Citado no processo da justiça espanhola acusado de fraudar contratos firmados no acordo entre Santos e o Barcelona, Neymar da Silva Santos optou pela cautela e não embarcou para o Chile a fim de acompanhar o filho na competição.
O pai do atleta entende que deixar o seu país no momento representaria um risco, em caso de um possível pedido de prisão da Justiça do país europeu. Nem mesmo os "parças" – amigos inseparáveis de Neymar – estão no Chile. Figurinhas carimbadas em amistosos e viagens, o grupo ainda não marcou presença na Copa América. Somente Alvaro Costa, que trabalha para a Nike e acompanha o jogador na Espanha, assiste ao torneio.
Outro envolvido que teme sanções de processos internacionais e acabou abandonando Neymar e a seleção brasileira no Chile foi o presidente da CBF, Marco Polo Del Nero. Preocupação em articular sua defesa diante dos escândalos recentes no futebol internacional, o dirigente nem sequer deixou o Brasil para acompanhar a seleção.
A única vez que Del Nero marcou presença com o grupo foi na semana de preparação realizada na Granja Comary, em Teresópolis (RJ). Na época, no entanto, o camisa 10 ainda não estava integrado ao grupo.
Sem o presidente no Chile, a CBF ainda perdeu qualquer potencial de "lobby" político antes do julgamento que tirou Neymar da Copa América. Nenhum dirigente da confederação esteve no hotel que serviu de palco para as decisões da última sexta-feira.
Por fim, justamente aquele que deveria representar a CBF e estar ao lado de jogadores e delegação em eventos da Copa América também não acompanha Neymar. Nomeado chefe de delegação, o empresário João Dória Júnior não participou de nenhum dos capítulos da novela que determinou a suspensão de craque.
Desde que recebeu o convite do presidente Marco Polo Del Nero, Dória avisou que teria que se revezar entre o Chile e o Brasil por conta de compromissos pessoais. Com isso, ele só tem sido visto em dias de jogos para compromissos protocolares.
Apesar da ausência, a CBF minimiza o fato e vê tal situação até com bons olhos. "Já era algo planejado. O João tem as coisas dele no Brasil e nos comunicou. Achamos até interessante. O espaço dos jogadores na seleção é sagrado. Não se deve ter muitos dirigentes. O trabalho está fluindo bem", disse o secretário-geral da CBF, Walter Feldman, que acompanha a delegação no torneio.
Neste sábado, com o futuro incerto, Neymar treinará com o grupo da seleção brasileira. O jogador, no entanto, ainda não sabe quando poderá voltar a vestir a camisa amarela em um jogo oficial. Assim como não sabe quando terá de volta a bajulação de pai e dirigentes.
UOL Esporte
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